Tablut ou Jogo dos Vikings

Tablut, que originalmente teria o nome de “Tafl”, tem suas regras preservadas graças aos escandinavos, daí deriva seu nome atual de “Jogo dos Vikings”.

Seu tabuleiro, bem como o número de peças e regras, podem ser diferentes, dependendo da região em que o jogo for pesquisado.

Os tabuleiros podem ser de 9×9 casas (- 81 quadrados – o Tablut, jogado na Lapônia) ou 11×11 casas (- 121 casas – o Tawlbwrdd) ou ainda num tabuleiro de 19×19 casas (- 361 casas – o Hanefatafl).

No geral as regras são muito semelhantes: o rei, que se posta na casa central (o konakis – umbigo do tabuleiro – esta casa só pode ser ocupada pelo rei), defendido por seus soldados, deve chegar a borda do tabuleiro. Se for impedido pelos adversários e capturado, perde o jogo.

As regras teriam sido pela primeira vez anotadas por um cientista e antiquário sueco, de nome Linnaeus, no ano de 1732. A jornada de Linnaeus através da Lapônia, é por si só um feito digno de nota. Movendo-se a pé ou em pequenos barcos, ele viajou por 3.798 milhas (mais de 6 mil quilômetros!) em incríveis 153 dias, numa média de 40 quilômetros por dia, o que, naquela época e condições, era sem dúvida um grande feito. Nessa viagem, fez anotações em sueco e latim, sobre plantas e flores, animais, peixes insetos, receitas culinárias, cerimônias de casamento, geologia, doenças e seus tratamentos e, obviamente, jogos.

Enquanto na Lapônia, a fim de facilitar-se o transporte, o tabuleiro era confeccionado como uma toalha, na Inglaterra este era feito de madeira ou metal, com peças feitas e presas de leão marinho.

Retratando a batalha do “Rei Sueco” contra os “Moscovitas”, é um jogo com diferença de forças, onde os “Moscovitas” contam sempre com um número maior de peças.

As peças movem-se como a torre do jogo de xadrez, isto é, não podem mover-se diagonalmente, mas somente em linha reta. O salto sobre uma peça adversária é permitido, sem que isso signifique a captura da peça, o que só ocorre se uma peça ficar “prensada” entre duas do adversário.

A regra da captura só é diferente para o rei, que deve ser capturado pelos quatro lados ou três, se o konakis formar o quarto lado.

O fato das peças moverem-se todas da mesma forma talvez possa ser explicada pelo modo de pensar dos vikings. No século X, um mensageiro dos francos, encontrou-se com um navio Viking dinamarquês. Indagou destes, quem seria seu mestre. E obteve a resposta:”Ninguém. Somos todos iguais…”

O jogo é mencionado nas sagas nórdicas, nas lendas Irlandesas e até nas lendas sobre o Rei Arthur.

No século X o jogo era profundamente difundido no Pais de Gales, sendo jogado pela classe popular, com tabuleiros simples de madeira, e pelos poderosos, com tabuleiros ricamente trabalhados, de metais preciosos.

No ano de 1880, descobriu-se em Gokstad (proximidades de Oslo) um navio viking, preservado por estar enterrado na lama. Ao que parece, este navio seria um “navio mortuário”, e seu dono fez enterrar-se com um cão, utensílios de cozinha, e um tabuleiro de jogos, certamente o Tablut.

(Via Jogos Antigos)

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